quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Governo federal gasta 70% a menos no combate às drogas em 2011

    Os investimentos para a gestão da política nacional sobre drogas no país caíram cerca de 70% em um ano, segundo pesquisa divulgada pela CNM (Confederação Nacional de Municípios) nesta segunda-feira (7). De acordo com os dados, em 2011, foram autorizados R$ 33,6 milhões, sendo empenhados até o momento R$ 6,3 milhões, dos quais foram pagos apenas R$ 4,7 milhões. 
   Já em 2010, foram autorizados R$ 124 milhões para a gestão da política nacional sobre drogas. Deste montante, foram empenhados R$ 90,01 milhões, e efetivamente pago o valor de R$ 5,3 milhões, ou seja, 4,21% do valor  autorizado ou 5,94% do valor empenhado.
     A CNM afirma, como este é o principal programa sobre drogas da União, "que a execução é insignificante para atender às demandas apresentadas neste trabalho". 
Invasão do crack
 Ainda segundo a pesquisa, dentre os 4.430 municípios pesquisados, 90,7% enfrentam problemas relacionados ao consumo do crack. Apesar do alto índice, a pesquisa aponta uma redução em relação ao ano passado. 
  Em 2010, o levantamento feito em 3.950 cidades mostrava que 98% dos municípios pesquisados enfrentavam problemas com o crack. Dentre os municípios pesquisados até o momento, 89,4% indicaram que enfrentam problemas com a circulação de drogas em seu território.
   Somente 10,2% citaram que não enfrentam este tipo de problema e 0,4% não souberam informar. Desses, além dos 90,7% que tinham problemas com crack, outros 92,5% afirmaram possuir problemas com outras drogas.
  De acordo com a confederação, o consumo de drogas ultrapassa a barreira do problema social, passando a ter desdobramentos em diversas áreas da sociedade e vem sendo tratado principalmente como uma questão de saúde pública.


Prefeituras e União

   O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, afirmou que os prefeitos pretendem mostrar que o governo federal não vem ajudando no combate ao crack. O resultado disso, de acordo com o estudo, é que apenas 548 cidades contam com um Conselho Municipal Antidrogas.
   Como válvula de escape, os CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) e CREAS (Centros de Referência Especializados da Assistência Social) acabam sobrecarregados no atendimento aos dependentes químicos. Das cidades pesquisas, 1.371 contas com CRAS e apenas 417 com CREAS. 
   Deacordo com Ziulkoski, as principais áreas afetadas pelo consumo de drogas são a saúde, pela fragilidade da rede de atenção básica ao usuário de drogas, e a segurança, com aumento de roubos, assassinatos e falta de policiamento nas áreas que apresentam maior vulnerabilidade.

  Postado por: Bismark Moreira

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